Questão 26 do Caderno Azul - Primeiro Dia - Enem 2023 | Linguagens Códigos e Suas Tecnologias
- Estuda Que Passa
- 16 de mar. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 20 de mar. de 2024
A escravidão
Esses meninos que aí andam jogando peteca não viram nunca um escravo... Quando crescerem, saberão que já houve no Brasil uma raça triste, votada à escravidão e ao desespero; e verão nos museus a coleção hedionda dos troncos, dos vira-mundos e dos bacalhaus; e terão notícias dos trágicos horrores de uma época maldita: filhos arrancados ao seio das mães, virgens violadas em pranto, homens assados lentamente em fornos de cal, mulheres nuas recebendo na sua mísera nudez desvalida o duplo ultraje das chicotadas e dos olhares do feitor bestial. [...]
Mas a sua indignação nunca poderá ser tão grande como a daqueles que nasceram e cresceram em pleno horror, no meio desse horrível drama de sangue e lodo, sentindo dentro do ouvido e da alma, numa arrastada e contínua melopeia, o longo gemer da raça mártir — orquestração satânica de todos os soluços, de todas as impressões, de todos os lamentos que a tortura e a injustiça podem arrancar a gargantas humanas.
BILAC, O. Disponível em: www.escritas.org. Acesso em: 29 out. 2021.
Publicado em 1902, o texto de Olavo Bilac enfatiza as mazelas da escravidão no Brasil ao
A ) descrever de modo impessoal as consequências da exploração racial sobre as gerações futuras.
B ) contrapor a infância privilegiada das crianças da época à infância violentada das crianças escravizadas.
C ) antecipar o futuro apagamento das marcas da escravidão no contexto social.
D ) criticar a atenuação da violência contra os povos escravizados nas memórias retratadas pelos museus.
E ) imaginar a reação de indiferença de seus contemporâneos com os escravizados libertos.
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